Este novo mundo é uma ameça ou uma grande oportunidade?
Brad Smith, presidente da Microsoft, diz que é preciso seguir com os avanços tecnológicos, mas preservando os principais valores humanos.
Nos últimos dez anos, vimos quatro avanços tecnológicos que, juntos, transformam a natureza da computação e de nossa relação com ela”, diz Smith. “O crescimento do poder de processamento, a computação em nuvem, a redução do custo de acesso à informação e os avanços em Inteligência Artificial se combinaram para uma explosão no volume de dados disponíveis e na capacidade de utilização desses dados para entender o mundo em que vivemos,
Hoje é impossível dissociar a tecnologia da sociedade. Telas, computadores, bits e bytes fazem parte da forma como nos comunicamos, analisamos o mundo, vemos. Mas para Brad Smith, presidente da Microsoft, estamos vivendo um ponto de inflexão a respeito do impacto e do papel da tecnologia nas relações humanas.
Para ele, é preciso seguir com os avanços tecnológicos, mas de uma forma que preserve valores fundamentais de direitos humanos, respeito e oportunidades para as pessoas. “Qualquer ferramenta pode se transformar em uma arma, mesmo uma simples vassoura. E a verdade é que, quanto mais poderosa a ferramenta, mais formidável ela é como arma”, diz.
O executivo acredita que na próxima década estaremos totalmente envolvidos por dispositivos conectados, que serão como a nova eletricidade. “Nem pensamos sobre energia elétrica, simplesmente apertamos um botão e usamos. A mesma coisa vai acontecer com a computação”, compara. Isso vai impulsionar ainda mais o uso de IA, que ganhará a capacidade de ir além de aplicações limitadas e ajudar o ser humano a descobrir insights multidisciplinares. “Isso vai trazer uma era de oportunidades extraordinárias”, diz.
Mas, como diz o filósofo, “com grandes poderes vêm grandes responsabilidades”. Assim como aumentam as oportunidades de fazer o bem, aumentam os danos potenciais causados pelo uso não ético dos dados. E as big techs têm grande responsabilidade nesse cenário. “O mundo está olhando para nós e perguntando o que é que estamos tentando fazer”, afirma Smith.
Com o crescimento da Inteligência Artificial, que assumirá nos próximos 30 anos uma posição tão poderosa quanto os meios de transporte movidos a combustão tiveram no século passado, é preciso estar atento. “Toda nova tecnologia gera efeitos em toda a sociedade, incluindo a religião, filosofia, política e economia”, reflete. “Mas não deveríamos nos perguntar o que a tecnologia é capaz de fazer, e sim o que ela DEVE fazer. No caso da IA, somos a primeira geração de humanos com a capacidade de empoderar as máquinas para tomar decisões por nós. Por isso, se errarmos ao delegar essa capacidade, todas as futuras gerações pagarão o preço”, afirma.
A solução de Smith surpreende, quando nos lembramos do cargo em seu crachá. “Precisamos de uma nova abordagem para abordar as questões trazidas para a sociedade pela tecnologia. Precisamos colocar barreiras de proteção para que a tecnologia não seja usada para o mal. Precisamos que os governos andem mais rápido nas questões de regulamentação antes que seja tarde”, prega.
Além disso, é preciso democratizar o acesso à tecnologia. “Estamos criando um abismo entre os que têm acesso e os que estão do lado de fora. É como há 100 anos com a eletricidade. No passado uma grande parceria entre empreendedores, corporações e governos viabilizou a eletrificação de todos os Estados Unidos. É preciso ter a mesma ambição para fazer a inclusão digital de todo o mundo e criarmos um lugar melhor para todos”, completa Smith.
E você o que acha, a tecnologia está nos ajudando ou não?
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